A Educação e os Sistemas de Ensino no Brasil

 

Talvez pelo fato do Brasil ter sido um dos últimos países da América do Sul a criar universidade é que fez com que nosso sistema de ensino superior esteja em uma situação não favorável em relação aos demais países do Mercosul.

Porém ( vide gráfico no capítulo 3 item 3.2 ) é o mais desenvolvido e aprimorado no que se refere a pós graduação.

 

2.1.Características do ensino

Desde o inicio da implementação do Mercosul, o Brasil busca "pular etapas" e, sair de uma situação problemática em termos de educação de seu povo.

Nos últimos 2 anos, de acordo com estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de alunos do 1º e 2º grau cresceu substancialmente.

Para se análisar esse fato deve se considerar a necessidade que as pessoas tem em estudar. aprender, para poder "sobreviver" no mundo atual, extremamente competitivo, que não mais oferece condições de sobrevivência a quem não possuir instrução. Ainda há muito a se fazer em termos de educação.

63% dos trabalhadores não têm 1º grau - Entre a população que trabalha no Brasil, 63,8% não possuem o 1° grau completo - mas a valorização da escolaridade num mercado competitivo faz com que a taxa de ocupação entre os que têm nível superior seja de 77,6%. Os dados estão na Pesquisa de Padrão de Vida (PPV), divulgada pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ). O trabalho, realizado entre 1996 e 1997 com financiamento do Banco Mundial, abrangeu apenas as regiões Nordeste e Sudeste, onde foram entrevistadas cinco mil famílias. A pesquisa constatou que 60% dos entrevistados eram empregados, tanto no mercado formal quanto informal; 25% trabalhavam pôr conta própria; 10% eram não-remunerados e 4% eram patrões. Os resultados completos podem ser vistos na home page do IBGE (http://www.ibge.gov.br). extraído do jornal o Estado de S.Paulo –8/98

Eleições 1998 (..) dos 106 milhões de brasileiros que irão votar nas eleições de outubro, mais de 70 milhões não possuem o 1.° grau completo. Desse total, 8,5 milhões são analfabetos e 24,8 milhões sabem apenas ler e escrever(...) (Dados divulgados pelo TSE ( Tribunal Superior Eleitoral ) em set/98)

Segundo o BID ( Banco Interamericano de Desenvolvimento - dados divulgados no final de agosto/98), os brasileiros que estão entre os 40% mais pobres têm uma escolaridade inferior ao da mesma parcela da população de alguns dos países mais atrasados da África, como Tanzânia, Quênia e Zimbábue.(...)

O mais importante está associado ao poder corporativo das universidades públicas, que oferecem um ensino gratuito, apesar de ser freqüentadas por estudantes ricos.

Elas absorvem 75% dos recursos da União para o setor educacional, ficando os 25% restantes destinados ao ensino básico e médio, justamente os destinados aos segmentos mais pobres da população(...).

(jornal "O Estado de S. Paulo (home page) – Internet - 5/9/98)

O futuro social e político de cada país depende da revolução educacional. E esta só poderá ser ocorrer quando o debate sobre o ensino público tiver seu eixo finalmente deslocado para as questões essenciais: como universalizar a educação básica, para que realmente possa beneficiar os segmentos mais desfavorecidos da população, oferecendo-lhes as condições mínimas de sobrevivência e crescimento social. É importante e vital que haja uma preparação do indivíduo tanto para trabalhar com as novas tecnologias de produção quanto para o exercício da cidadania. Mais investimentos governamentais devem ser carreados para o setor (evitando-se sua corrosão pela inépcia das máquinas administrativas estatais ).

O debate sobre o ensino público continua atado a pressões corporativas e questões de menor valor.

Um exemplo da pressão corporativa é a crise da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por causa da indicação de seu novo reitor.

Foram tomadas atitudes legais, escolhendo-se, na lista tríplice a ele encaminhada, o nome mais afinado com sua política educacional, porém como não foi o candidato mais votado, a comunidade acadêmica se rebelou e exige a nomeação de seu candidato, um docente conhecido por suas vinculações políticas e abertamente contrário ao plano do governo de acabar com os privilégios das universidades federais, (consumidoras de 75% de seus recursos orçamentários), para poder liberar os recursos que fazem falta no ensino básico.

Reclamam-se mais investimentos em ensino técnico e reciclagem profissional, porém o baixo nível de escolaridade dos trabalhadores os impede de aprender as novas tecnologias de produção.

A maioria abandonou a escola entre 13 e 14 anos para auxiliar a manutenção da família e hoje não tem a base formação básica suficiente sequer para se reciclar.


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