Uma análise crítica do processo de integração educacional com a conformação do Mercosul, destaca pontos que evidenciam como o tratamento dispensado às questões educacionais pêlos agentes oficiais, o ataque ao problema é do tipo economicista e de sentido liberalizante, que aponta para a reestruturação dos sistemas educacionais dos países envolvidos com mais um "setor" sócio econômico que deve ser racionalizado e modernizado, permitindo o incremento da competitividade internacional das empresas instaladas na região. As iniciativas no campo educacional ( no âmbito do Mercosul ) são excessivamente pobres, porque enfatizam aspectos formais e credencialistas, não dando quase atenção ao conteúdo próprio da educação. Visto a irreversibilidade do processo de equalização do ensino dos países conformadores do Mercosul, o ajuste necessário dos currículos escolares deve acontecer com a maior rapidez possível, e, é necessário que novas alternativas passem a compor o debate e as práticas educacionais no âmbito do processo de integração dos países do Mercosul. Considerando que o Brasil possui apenas 1% de sua população com curso superior, contra 4% da Argentina capítulo 3 item 3.2 deste), é urgente que sejam revistos nos cursos médios os sistemas vestibulares e as dificuldades que estudantes encontram para realizar um curso superior. A criação de novas e melhores universidades estatais, e uma rápida compatibilização dos cursos profissionalizantes, talvez fossem um caminho, mas é preciso que sejam afastados os preconceitos e pré-concepções tanto no aspecto aluno quanto ao professor. Quando sairmos das "reuniões" ( vide anexo III ) e passarmos a agir atacando diretamente o problema educacional, ( considerando-se aqui todos os países componentes do Mercosul ). provavelmente acharemos o melhor caminho para a resolução da equalização do ensino no âmbito do Mercosul. Pelo acordo firmado entre o Brasil e a Argentina em dezembro de 1997, o sistema educacional pretendido para a união dos países do mercosul ainda é embrionário. Paradigmas educacionais devem ser repensados e reformulados; (...)Na América Latina, tudo que diz respeito a educação, a formação e habilitação dos professores, a formulação de um "currículo unificado", as escolas e salários dos educadores, etc., depende do Estado(...) Extraído da Revista RELEA artigo "Acerca Del Fin de la Escuela Moderna - :a Question de la Simultaneidad RELEA/ 5/ 1998 pg. 43
Sem dúvida que o Artigo 1 da Integração Educativa e Reconhecimento de Certificados, Títulos e Estudos de Nível Primário e Médio Não Técnico do tratado assinado em Buenos Aires a 05/8/94 ( conforme descrito na pg.12 deste) marcou o inicio efetivo da integração entre os países do cone sul no que se refere a educação, no entanto ainda há muito o que se fazer em termos reais de integração educacional no Mercosul, e mais ainda no que tange às reformas de ensino dos países componentes do sistema.
(...) ao lado do financiamento estatal da educação, devem ser mobilizadas diversas fontes de financiamento, que incluam de maneira crescente os recursos privados bem como o estabelecimento de uma "nova relação entre educação, capacitação e empresa, na qual esta assuma a liderança na formação de recursos humanos com a realização de "um esforço conjunto de universidades, empresas e governo para incorporar a competitividade ao conhecimento "(CEPAL, 1993, pág. 9-10). O Banco Mundial, defende propostas favoráveis ã privatização da educação pelo fato de que "a necessidade de aumentar- a competitividade econômica está produzindo uma mudança de enfoque muito significativa, referente à capacitação dos recursos humanos e à produção de conhecimentos, que colocam novamente a educação na agenda de prioridades das inversões privadas" (TEDESCO, 1991, pág. 24). Para o Banco Mundial, uma política de privatização possibilitará o '"controle comunitário" sobre o pessoal e a direção das escolas, levando os países a influenciarem no incremento da qualidade dos serviços prestados, e à superação das limitações impostas pela restrição orçamentária do setor público.
Em suma : (...) Há, pois, necessidade de termos em vista, no futuro, além da livre circulação de bens e serviços, um livre intercâmbio de pessoas, experiências e idéias. Um início essencial para esse caminho poderia ser trilhado pela necessidade de estimularmos o intercâmbio e a cooperação no campo educacional, em que nossas universidades podem desempenhar importante papel (...)
[ Topo da Página ] [ Menu Principal ] |
|